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primeiros passos

 

Passei minha infância em São Gonçalo, uma das cidades mais marcadas pela vulnerabilidade social e pelo conservadorismo do estado do Rio de Janeiro — um lugar onde ser diferente raramente era perdoado. Desde cedo, aprendi o que significava estar à margem. Sofri bullying, exclusão e até agressões físicas por não corresponder ao que esperavam de um “menino”. Então, como forma de me proteger, vesti uma capa de invisibilidade. Ela me acompanhou por anos, até o dia em que entrei na faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense. Naquele momento, eu via na universidade uma chance de ascensão social, mas encontrei muito mais do que isso: encontrei um lugar onde, pela primeira vez, pude respirar aliviado e existir por inteiro.


Na UFF, tirei a capa que me escondia e descobri na educação um instrumento de transformação coletiva. Junto de outros colegas LGBTQIA+, fundamos o Coletivo Lamparinas após um episódio de agressão homofóbica a um colega durante um evento universitário. Transformamos aquela dor em um projeto de educação e comunidade: promovemos campanhas, rodas de conversa e articulações institucionais para garantir a segurança e o pertencimento de estudantes LGBTQIA+. Essas ações mostraram, na prática, que a educação pode — e deve — ser uma ferramenta de inclusão social e um caminho para a autonomia das pessoas LGBTQIA+.


O impacto foi imediato. As iniciativas do coletivo foram reconhecidas pela mídia local e pela própria universidade, inspirando movimentos semelhantes em outros centros acadêmicos. Nesse mesmo espírito, escrevi o Guia de Boas-Vindas para Estudantes LGBTQIA+, uma publicação pioneira que impactou mais de três mil estudantes, foi replicada em universidades de diferentes estados e me abriu portas para projetos internacionais voltados à inclusão educacional e profissional da juventude LGBTQIA+.


A partir dali, defini meu propósito: usar a educação como motor de inclusão e empregabilidade da juventude LGBTQIA+, garantindo que nenhuma pessoa precise vestir uma capa de invisibilidade para pertencer — e, principalmente, que todas possam transformar seu talento em oportunidade. Essa crença se tornaria a base de tudo o que eu viria a construir nos anos seguintes.

    novos horizontes

     

    Os anos seguintes seriam marcados por uma nova etapa: levar o que aprendi na universidade para o mundo, transformando propósito em prática, e a educação em movimento. De alguma forma, aquela capa de invisibilidade ficou para trás. Agora, eu queria ajudar outras pessoas a tirarem as suas.


    Em 2018, fui convidado para um intercâmbio no Canadá, onde atuei como voluntário nas ações do Montreal Pride e aprendi com o movimento social local, uma referência mundial em articular iniciativas comunitárias, culturais e empresariais na criação de espaços seguros para pessoas LGBTQIA+. Essa experiência me mostrou que o futuro da inclusão passa pela educação e pela empregabilidade, e que envolver o setor privado nesse diálogo é fundamental para transformar realidades. O Canadá, com sua maturidade em políticas de diversidade, me fez enxergar que ativismo e mercado podem caminhar juntos quando o objetivo é gerar oportunidades e dignidade.


    Ao retornar ao Brasil, ingressei como voluntário no It Gets Better, organização global presente em 18 países dedicada a apoiar e conectar jovens LGBTQIA+. No projeto, liderei formações, ofereci workshops e representei o Brasil em cidades como Bogotá e Miami, sendo reconhecido em diversas oportunidades como Better Leader. Também fui convidado para o Summit Global de Lideranças em Nova York, uma experiência que ampliou minha visão sobre como projetos globais podem inspirar soluções locais — algo que já se conectava à minha vivência acadêmica, quando fui premiado em uma simulação das Nações Unidas por propor estratégias de combate à homofobia nas escolas.


    Nesse mesmo período, aprofundei minha formação com uma pós-graduação em Direito Homoafetivo e de Gênero e atuei como voluntário no GADvS (Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero), contribuindo para documentos que orientaram o Conselho Nacional de Justiça na regulamentação da retificação de nome e gênero de pessoas trans. Tive também a oportunidade de acompanhar presencialmente o julgamento da criminalização da LGBTfobia no Supremo Tribunal Federal, um dos marcos mais importantes da história dos direitos LGBTQIA+ no Brasil.


    Foi nesse mesmo período que comecei a ser convidado por empresas, universidades e órgãos públicos para ministrar formações sobre acolhimento e criação de ambientes de trabalho seguros para profissionais diversos. Essas experiências consolidaram minha convicção que a inclusão produtiva da juventude LGBTQIA+ é essencial para garantir dignidade, segurança e saúde mental — e representa uma das chaves mais poderosas para combater a desigualdade estrutural no país.

      uma década de liderança

       Uma década depois de vestir pela primeira vez a camisa do ativismo, percebi que meu papel já não era apenas o de participar das conversas, mas o de criá-las. Depois de anos construindo pontes entre educação, empregabilidade e juventude LGBTQIA+, entrei em uma fase marcada pela consolidação da minha liderança. Desde então, já colaborei com mais de 40 empresas, entre multinacionais, universidades e organizações do terceiro setor, em projetos de educação corporativa, diversidade e impacto social. Ao longo dessa jornada, impactei diretamente mais de três mil pessoas por meio de palestras, formações e programas de empregabilidade, ultrapassei duzentas mil pessoas em alcance digital com campanhas e iniciativas institucionais — e, apenas em 2025, já alcancei mais de quatro milhões de visualizações com meu conteúdo nas redes sociais.


      No It Gets Better Brasil, assumi como coordenador de projetos, liderando iniciativas nacionais voltadas à educação e à inclusão produtiva da juventude LGBTQIA+. Sob minha coordenação, realizamos projetos em parceria com marcas como The Walt Disney Company e Schwarzkopf, conectando formação, empregabilidade e impacto social. Entre esses, destaco as duas temporadas do Conversas Que Inspiram, talk show sobre educação e diversidade que assino como produtor executivo. Disponível na Globoplay e no Canal Futura, a série já acumula mais de 150 mil visualizações online, foi reconhecida com o Prêmio LED – Luz na Educação (Rede Globo) como um dos cinco projetos mais inovadores do país, e venceu o Festival Rio WebFest 2022 como Melhor Websérie Educacional, com indicações a Melhor Roteiro e Melhor Websérie sobre Diversidade.


      Outras iniciativas seguiram o mesmo propósito: o Hackathon Ideias que Inspiram, realizado com apoio da The Walt Disney Company, capacitou jovens LGBTQIA+ de todo o Brasil em criatividade, liderança e inovação social; já o Shaping Futures, em parceria com a Schwarzkopf, profissionalizou jovens trans e travestis em um curso intensivo de beleza e empregabilidade, conectando capacitação e oportunidades reais de trabalho.


      Fui reconhecido pelo LinkedIn como Top Voice, selo concedido a profissionais que se destacam por gerar conversas de impacto e inspirar mudanças positivas. A partir dessa visibilidade, passei a ser convidado para palestrar e gravar conteúdos para organizações como SEBRAE e CIEE, levando o debate sobre empregabilidade e desenvolvimento de carreira para juventudes LGBTQIA+. Também publiquei capítulos e artigos sobre diversidade e educação, incluindo colaborações com obras internacionais.


      Mais recentemente, dei um novo passo ao realizar minha transição para o setor privado, assumindo a liderança de Comunicação na Blend Edu, startup brasileira reconhecida por desenvolver soluções de diversidade, inclusão e inovação para empresas.


      Também passei a integrar o Out&Equal, principal fórum global sobre diversidade e inclusão no ambiente de trabalho. No Brasil, contribuo com o comitê nacional e com encontros da América Latina, sempre levando a perspectiva da juventude LGBTQIA+ para o diálogo corporativo internacional. Também colaboro com o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, fortalecendo ações de inclusão e empregabilidade jovem.


       Hoje, atuo integrando as pontas de tudo o que aprendi até aqui: propósito, estratégia e impacto.


      Por isso, atualmente estou desenvolvendo um curso de formação profissional para jovens LGBTQIA+ no audiovisual, com apoio da The Walt Disney Company, que pretende formar 100 profissionais na indústria criativa e terá inscrições abertas em janeiro de 2026. 


      Uma década depois, continuo acreditando que educar é incluir — e incluir é transformar.

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